quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A MORTE DE UM GRANDE AMOR...


"Ela morria em meus braços. Estava distante, mas morria em meio a soluços, lágrimas de felicidade, e alguns bips chatos do celular. Morria enquanto eu confessava minha saudade e ela me dizia "vai dar certo, mô". Morria, mas vivia intensamente enquanto a ilusão do amor tentava manter viva nossa promessa de "juntos para sempre". Eu talvez não tivesse certeza disso na época, mas nunca encontraria alguém que me despertasse tamanho sentimento. Era única. Ainda o é, em meus pensamentos e em meu coração. A moça doce que foi o grande amor da minha vida não existe mais. Era o "grande amor" por ser intensamente recíproco, diferente de outros romances que tive, unilaterais. Tivemos de nos afastar na metade de Outubro de 2013, e, de repente, tudo muda... A minha pequena cedeu lugar a uma garota totalmente diferente, que não me deve mais satisfação, nem promessas. Talvez ela tenha tido amnésia e esquecido do quanto fomos felizes, não sei. Quem apostaria que aquela última ligação, no Natal de 2013, seria uma despedida e não um recomeço? Quem diria que após a velha melosidade "desliga você, não quero desligar" repetida várias vezes por ambas as partes, até chegarem ao fim todos os créditos e bônus, não nos telefonaríamos mais nenhuma vez? Não tenho certeza do que aconteceu, mas sei como pareceu. Foi como um bilhete deixado na porta da geladeira pela manhã, escrito "Não te amo mais, precisamos nos afastar. Beijos." Confesso-vos, caros leitores, de que deve ser o amor demasiado que  ainda a prende em mim, por versos e por pensamentos, como um senhor de idade que se prende a sua senhora amada e vítima de  Alzheimer, na esperança que ela possa lembrar de quem ele é e foi. Ou talvez a esperança do rapaz que vê sua jovem amada morrer (literalmente) de certa fatalidade e ainda reluta em acreditar na sua morte. Neste caso, não há amnésia, apenas o destino separando amores. De todo modo, sou refém do inconformismo de ver sua amada morrer e não saber o que fazer para reanimá-la."
(Invente um pseudônimo qualquer e me retire o fardo desta confissão)

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