quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

MAIS UM XÊRO...

Até certo tempo o amor era um estranho. Além de estranho, assustador. "Longe de mim o amor, meu senhor. Longe de mim, por favor!". Hoje ecoa sobre os quatro cantos do meu coração. Tem um som agradável, uma melodia que traz paz. Sim, quase me matou, e daí? Não morri, aqui estou. Gostaria de confessar que estou com medo. Óbvio, o amor surge como uma paixão que vai sendo peneirada. Cada dia que passa parece um último suspiro, uma última prece...  principalmente quando se já conhece o bastante sobre suas artimanhas. Ora, hoje acordei e pensei "será que minha oxitocina ainda está elevada? E minha serotonina?". Acordei pensando também "será que já enjoei dela? Será que enjoei de tantos mimos fofos?". Sabe, esse medo diário de que o amor suma de repente sem deixar bilhete do lado da cama, ou na porta da geladeira, me assusta bastante. Mas que surpreso eu fiquei ao acordar e o amor continuar ali no mesmo lugar. E mais um dia, e uma semana, depois outra, e aumentando... e vai ficando... e a gente ficando. Até que o medo se vai e a confiança impera. O ciúme aumenta, mas às vezes pára. E, quando menos espero, você vem e me pede um xêro.

Obs.: No Nordeste, "xêro" ou "xero" equivale a um beijo, ou um cheiro (do verbo cheirar mesmo), principalmente no "cangote" ou na boca. "Cangote" é a parte entre o pescoço e o ombro.

Um comentário:

  1. Tão nordestinês! haha *-*

    Reclamo demasiadamente do amor, mas não sei se queria ele longe não.

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