terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Crônicas de um traumatismo craniano...

Já era tarde. Tão tarde que se confundia com o dia. E naquela madrugada fria, um cantor deturpado ousava se por aos pés da escadaria. E cantava como se não houvesse mais dia, como que seu desespero fosse o mais terno sentimento, não o mais assustador. Mas era assustador. E da sacada do prédio, sua amada pouca coisa entendia. Achava lindo tamanha ousadia, mas entender que é bom, não entendia. Dali a alguns instantes, ela já muito cansada após filmar a loucura de amor e colocar no Youtube, arremessa flores ao seu admirador. As flores estavam dentro de um pesado jarro, mas isso não importa. O importante  é que o cantar foi ouvido... e respondido. Tanto que ao ser atingido pelas flores, o rapaz entrou em um forte e apaixonado sono. Bem, pelo menos é isso que noticiavam os jornais daquele mesmo dia.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

DIA DESSES...



Dia desses eu comecei a entender o que a afeição de um casal significa. Carinho, atenção, cuidado, sorrisos... Essas coisas bem simples, sabe. Tudo isso me veio à tona após ser desafiado por uma pergunta sobre companheirismo, de certa forma, difícil. A pergunta foi a seguinte: Se você só pudesse escolher entre apenas sexo e apenas carinho, qual você escolheria para o seu relacionamento? Depois de refletir muito, escolhi carinho. Sim, sexo é fóda, oh my god! Mas haverá um momento que só isso não terá graça, ou então o casal não poderá mais fazer.  Já carinho a gente pode fazer até com o olhar. Outra coisa que eu percebi é  que romantismo demais enjoa, fica chato. Não que eu ache démodé, longe de mim! Acho fofo o romantismo de vez em quando, principalmente quando é inesperado. Romantismo em datas especiais é bom, mas é bom fugir das regras às vezes e aplicá-lo, por exemplo, numa segunda-feira à tarde, mesmo não sendo nenhuma data especial. E sabe um jeito bom de fugir das regras? Com sorrisos. Ah, prefiro um relacionamento engraçado a um relacionamento sério, viu. (literalmente falando). Nada como a criatividade boba para fazer as coisas darem certo, e nada como tirar um sorriso da pessoa que você gosta, principalmente nos dias em que ela mais negar felicidade. Da mesma forma que beijá-la quando ela negar afeto pode ser bom, mesmo ela te odiando por isso. Mostre que se importa, mesmo se ela não se importar...

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

SÓ MAIS UM DIA...

Eu não espero que dure um ano
Nem espero que dure um mês
Quero que seja cortês
E ouvir hoje um "eu te amo"

Não quero fazer planos
E nem criar expactativas
Quero que me veja em sua retina
E me ame, como a um andarilho cigano

Deturpe meus sentidos com seu riso
Caminhemos com passos seguros
Agora ouçamos o som do amor incontido

E se acabar agora? Terminarei feliz
Por tudo que me fez
E pelo tempo infinito que nos foi permitido

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Aqui jaz uma infância.

Caí do berço
Dentro de uma cova
Caí de frauda
Cova funda
O terno à espera
Ainda tentei subir
Mas já havia perdido
O ar que neguei
Do tempo que perdi...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

MAIS UM XÊRO...

Até certo tempo o amor era um estranho. Além de estranho, assustador. "Longe de mim o amor, meu senhor. Longe de mim, por favor!". Hoje ecoa sobre os quatro cantos do meu coração. Tem um som agradável, uma melodia que traz paz. Sim, quase me matou, e daí? Não morri, aqui estou. Gostaria de confessar que estou com medo. Óbvio, o amor surge como uma paixão que vai sendo peneirada. Cada dia que passa parece um último suspiro, uma última prece...  principalmente quando se já conhece o bastante sobre suas artimanhas. Ora, hoje acordei e pensei "será que minha oxitocina ainda está elevada? E minha serotonina?". Acordei pensando também "será que já enjoei dela? Será que enjoei de tantos mimos fofos?". Sabe, esse medo diário de que o amor suma de repente sem deixar bilhete do lado da cama, ou na porta da geladeira, me assusta bastante. Mas que surpreso eu fiquei ao acordar e o amor continuar ali no mesmo lugar. E mais um dia, e uma semana, depois outra, e aumentando... e vai ficando... e a gente ficando. Até que o medo se vai e a confiança impera. O ciúme aumenta, mas às vezes pára. E, quando menos espero, você vem e me pede um xêro.

Obs.: No Nordeste, "xêro" ou "xero" equivale a um beijo, ou um cheiro (do verbo cheirar mesmo), principalmente no "cangote" ou na boca. "Cangote" é a parte entre o pescoço e o ombro.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Do inferno ao céu...

O inferno é não amar
Não ver o mar
Não viajar

O céu é ter amor
Pagar de cantor
É ver nascer a flor

O inferno é esperar
Negligenciar
Não se entregar

O céu é sorrir
Ao ver a chuva cair
O coração abrir...